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Ocupar e transformar ou transformar ao ocupar?

(fonte:saopauloantiga.com.br) (acervo pessoal) Um palacete, construído em 1910, recebe o nome da filha do proprietário, Tereza Toledo Lara, que tinha só sete anos de idade na época de sua construção. Para a empreitada, um grande arquiteto foi chamado, Augusto Fried, que cuidou de todos os detalhes da construção de inspiração europeia: da fachada aos ladrilhos hidráulicos, dos vitrais coloridos a um elevador pantográfico! Um belíssimo palacete de sua época e que, no entanto, nunca foi utilizado como moradia.  (acervo pessoal) O palacete, de início, abrigou diversos escritórios no andar térreo e, na década de 1930, passou a ser a sede da Rádio Record e de uma grande loja de instrumentos musicais, no andar superior. Tombado pelo patrimônio histórico, manteve seus traços originais e, ao contrário da estética decadente de muitas construções do início do século XX, no centro da cidade de São Paulo, teve sua fachada preservada enquanto que seu uso foi rev...
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Cadê o rio que estava aqui?

https://brasil.elpais.com/brasil/2016/11/22/politica/1479840613_351185.html Entre os rios Tamanduateí e Anhangabaú, está o local perfeito para ser ocupado pelos recém chegados portugueses. Grupos indígenas já viviam no local e é bem ali, numa convidativa colina entre os dois rios, que eles fundam a pequena Vila de São Paulo de Piratinga. A localização geográfica não podia ser melhor. Além de fornecer água e alimento em abundância, os rios eram importantes via de conexão entre o litoral e o interior da cidade, permitindo o transporte e comércio de vários produtos que eram descarregados em um porto situado ali perto: a ladeira Porto Geral, próximo ao atual mosteiro São Bento https://journals.openedition.org/confins/10884?lang=pt Se no início, a presença dos rios era suficiente para garantir a demanda de seus moradores e a sobrevivência da Vila, tudo mudou a partir do século XVIII, com o grande crescimento populacional. Foi aí que teve inicio o abastecimento de águ...

Por baixo do Minhocão

https://www.jornalestacao.com.br/portal/2017/11/09/prefeitura-de-sao-paulo-cobre-grafites-de-pilares-do-minhocao/ Na parte de cima, a conquista foi grande. O Minhocão, nascido Elevado Presidente João Goulart, em 1970, foi projetado pelo então prefeito José Vicente Faria Lima, e construído por Paulo Maluf para atender o grande fluxo de veículos da cidade, enquanto as marginais não estavam finalizadas. Passou-se o tempo, as marginais ficaram prontas e o Minhocão continuou lá, mesmo com toda a polêmica que cercava sua construção, desde o início. Atendendo a uma antiga reivindicação dos moradores da região, passou  fechar para os veículos todas as noites a partir das 20:00, dando espaço para as pessoas. É então que o Minhocão torna-se livre para outros usos: caminhada, corrida, pedalada, skate, ou simplesmente, um lugar para conviver na cidade.  Aos finais de semana, isso se repete e as ruas ganham o colorido e a vitalidade que só seus ocupantes podem lhes dar.  ...

Caminhando e escutando: audioguia do Bom Retiro

Há muitas maneiras de se conhecer um bairro. Mas uma forma deliciosamente inusitada é usando um audioguia, você já experimentou? Com um fone de ouvido e um celular, caminhamos pelas ruas enquanto ouvimos as histórias gravadas sobre o bairro, na voz de seus moradores! Aonde? Lá, no  Bom Retiro!   O trajeto de 55 minutos começa e termina na Casa do Povo.  Percorre esquinas, ruas, comércios tradicionais, sinagogas e construções significativas para a história do bairro.  O audioguia faz uso de recursos interessantes para compormos as cenas descritas em nossas mentes, como os ruídos da cidade e  as vozes de personagens reais, moradores do bairro, que nos apresentam suas próprias perspectivas.   Temos assim uma vivência bastante sensorial, onde se sobrepõem os tempos passados à experiência do presente, além de distintos pontos de vista sobre o bairro!  Para baixar este material, acesse casadopovo.org.br/audioguia A casa do Povo fica na Rua Três...

Marc Ferrez: território e imagem

Diversas fotos que nos contam do Brasil do final do século XIX e início do século XX foram tiradas por Marc Ferrez. Filho de franceses e nascido em 1843 no Rio de Janeiro, atuou por mais de 50 anos  e percorreu as regiões Nordeste, Norte e Sudeste como fotógrafo oficial da Comissão Geológica do Império do Brasil(1875-1878) e das regiões Sul e Sudeste, documentando as mudanças das cidades. Ficou conhecido por retratar as  mudanças urbanísticas de algumas cidades, paisagens e tipos humanos e ser o pioneiro da fotografia em cores no Brasil (fonte: IMS). (Foto: Instituto Moreira Sales) Suas  fotos nos contam sobre a modernização das cidades, lavadeiras nas beiras de rios, construção de ferrovias, comunidades indígenas. Uma viagem ao passado e que nos permite reconhecer mudanças e permanências onde vivemos. Um exemplo é a foto abaixo. Consegue identificar em que local de São Paulo ela foi tirada?  A foto acima foi tirada na Praça Sé em 1880. Uma fo...

Todo domingo havia banda...

A famosa canção que fala do coreto no jardim, retrata uma construção muito comum e ainda presente nas pequenas cidades. Falamos dos coretos! Você já viu algum?  Eles eram normalmente construídos em praças e próximos à igrejas, tornando os lugares atrativos para o convívio dos moradores. Ouvir a banda tocar, sentado no banco da praça, as crianças brincando distraídas, os adultos jogando conversa fora ou se entretendo em algum jogo de tabuleiro. Cena rara hoje em dia, mas que exemplifica muito bem a função e o charme dos coretos e o gosto de nostalgia a que essa construção nos remete. Assim como acontecia com os pelourinhos, os coretos também eram usados para eventos políticos ou culturais, por serem uma construção localizada em um plano mais elevado e, sempre, numa praça pública. O Coreto no centrinho de Santana do Parnaíba, em SP | Sérgio Luiz Jorge A imagem acima retrata o Coreto Maestro Bilo, construído em 1892 e localizado na praça 14 de novembro, ao la...

Bixiga a pé

Que tal explorar um dos bairros mais paulistanos da nossa cidade com um mapa em mãos? Sim, um mapa de verdade, impresso, com opções de roteiros, histórias e curiosidades! Esta foi a ideia desenvolvida pelo pessoal do SampaPé , que criou o mapa Bixiga a pé para que as pessoas possam conhecer este bairro mais que paulistano, caminhando. A história do bairro começou em 1870, quando José Antonio Leite Braga decidiu urbanizar e lotear parte do terreno, que foi inaugurado com a presença do Imperador Dom Pedro II no ano de 1878.  O bairro foi o destino de muitos negros quilombolas, que se escondiam nas áreas de mata ciliar do Riacho Saracura, hoje canalizado embaixo da Av. 9 de Julho. As ruas 13 de Maio e Abolição, assim como a escola de samba Vai-Vai, têm relação com esta ocupação. A partir de 1880 iniciou-se a vinda de italianos e muitos foram morar no bairro - o que fez a fama do local como um bairro italiano.  Hoje encontramos por lá muitas cantinas com músic...