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Todo domingo havia banda...



A famosa canção que fala do coreto no jardim, retrata uma construção muito comum e ainda presente nas pequenas cidades. Falamos dos coretos! Você já viu algum? 
Eles eram normalmente construídos em praças e próximos à igrejas, tornando os lugares atrativos para o convívio dos moradores. Ouvir a banda tocar, sentado no banco da praça, as crianças brincando distraídas, os adultos jogando conversa fora ou se entretendo em algum jogo de tabuleiro. Cena rara hoje em dia, mas que exemplifica muito bem a função e o charme dos coretos e o gosto de nostalgia a que essa construção nos remete.

Assim como acontecia com os pelourinhos, os coretos também eram usados para eventos políticos ou culturais, por serem uma construção localizada em um plano mais elevado e, sempre, numa praça pública.


O Coreto no centrinho de Santana do Parnaíba, em SP | Sérgio Luiz Jorge

A imagem acima retrata o Coreto Maestro Bilo, construído em 1892 e localizado na praça 14 de novembro, ao lado da Igreja matriz, na cidade de Santana de Parnaíba, fundada em 1580 pela neta do cacique Tibiriçá, Susana Dias! 
Pertinho de São Paulo, Santana de Parnaíba é um museu a céu aberto e considerada o berço dos bandeirantes. 
Ainda hoje, seu coreto cumpre as mesmas funções de outrora e convida os visitantes a experimentarem a vida e o convívio em uma charmosa e bucólica praça do centro da cidade.
A visita à praça 14 de novembro faz conviver o encontro com diferentes tempos: o charme da antiga praça revitalizada e o burburinho dos bares e restaurantes do entorno.
As construções da cidade de Santana do Parnaíba ficaram preservadas por conta de seus terrenos íngremes, que não facilitaram a construção de linhas ferroviárias e, de certa forma, resguardaram a cidade da onda de progresso que veio com a economia cafeeira e que acabou se voltando às cidades de Sorocaba, Itu e Jundiaí, mais planas. 
Interessante essa relação entre a topografia de um lugar e sua relação com o progresso, não?  
A visita à cidade, permite andar pelas ruas de paralelepípedo e observar as fachadas das casas de todo o conjunto arquitetônico, hoje tombado e preservado pelo Estado de São Paulo.  Há muito para conhecer como a visita ao Museu Anhanguera, a Galeria do Artista e, com certeza, a Igreja Matriz, também do século XIX.
Vale a visita!






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