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Eu fui no Itororó beber água não achei....




A Vila Itororó é um lugar interessante para se conhecer na cidade de São Paulo, por reunir em uma só construção, tantas histórias e marcas deixadas pelo passar do tempo, mas também ações do presente. 
Como diz a canção infantil, a Vila se localiza na encosta do Vale Itororó, onde antes passava o riacho do Itororó que, mais tarde, como tantos outros rios e riachos da cidade, foi canalizado. Atualmente este local faz divisa entre os bairros da Liberdade e da Bela Vista, na região central da cidade de São Paulo. 
Seu conjunto arquitetônico foi idealizado por Francisco de Castro, um empreiteiro e comerciante português que queria ocupar o espaço público em comunidade. A vila era composta por dez edificações construídas ao longo do século XX para fins residenciais e de lazer e ali foi construída a primeira piscina privada de uso público da cidade, hoje, desativada. 
Por reunir tanta história, foi tombada como patrimônio pelo CONPRESP (órgão municipal) em 2002 e pelo CONDEPHAAT (órgão estadual) em 2005. Em 2013, foi realizada uma parceria entre a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e o Instituto Pedra para restaurar a antiga Vila. 
A grande novidade  desse projeto de revitalização, no entanto, foi que ao invés de realizar uma obra de restauro a portas fechadas e só depois inaugurar um centro cultural elaborado por poucas pessoas, o projeto de restauro da Vila Itororó propôs a abertura do canteiro de obras desde o início do processo.
A ideia por trás  dessa decisão era propor uma ação integrada na medida em que envolvia a participação de ex-moradores da Vila, moradores do entorno, artistas, pesquisadores, arquitetos e trabalhadores da obra.
Sitiada na Rua Pedroso, 238, a Vila agora promove atividades conjuntas e interativas de exploração do canteiro de obras ou lazer no galpão da entrada, onde é possível jogar, tocar piano, trabalhar ou mesmo se envolver em atividades propostas pela comunidade. 

A visita à Vila é um ótimo pretexto para imaginar como seria a vida no início do século XX. Uma sugestão é fotografar detalhes do conteiro, desenhar a vista ou simplesmente contemplar ali os efeitos do passar do tempo. Na cozinha do galpão, muitas vezes são feitos almoços comunitários, em que todos se envolvem no preparo e degustação dos pratos do dia. 
Para saber mais da programação, acesse: http://vilaitororo.org.br/

Para ir mais longe: os arredores da Vila Itororó são repletos de história. Seguindo em frete você encontra a Basílica do Carmo, uma das quatro basílicas de São Paulo, fundada em 1934. Vale a visita!

Para ir ainda mais longe: que tal uma esticadinha até o bairro do Bixiga? Nosso próximo post trará dicas deste bairro. Aguarde! 


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