Pular para o conteúdo principal

Caminhando e escutando: audioguia do Bom Retiro

Há muitas maneiras de se conhecer um bairro. Mas uma forma deliciosamente inusitada é usando um audioguia, você já experimentou? Com um fone de ouvido e um celular, caminhamos pelas ruas enquanto ouvimos as histórias gravadas sobre o bairro, na voz de seus moradores! Aonde? Lá, no Bom Retiro! 
O trajeto de 55 minutos começa e termina na Casa do Povo. Percorre esquinas, ruas, comércios tradicionais, sinagogas e construções significativas para a história do bairro. 
O audioguia faz uso de recursos interessantes para compormos as cenas descritas em nossas mentes, como os ruídos da cidade e  as vozes de personagens reais, moradores do bairro, que nos apresentam suas próprias perspectivas.  
Temos assim uma vivência bastante sensorial, onde se sobrepõem os tempos passados à experiência do presente, além de distintos pontos de vista sobre o bairro! 
Para baixar este material, acesse casadopovo.org.br/audioguia
A casa do Povo fica na Rua Três Rios, 252.


Casa do Povo

Durante o trajeto há muitos pontos interessantes como, por exemplo, o mercado coreano que, antes era uma mercearia, mas hoje evidencia a chegada de muitos coreanos ao bairro. Imperdível!!!


Nova fachada do mercado

O restaurante Darê, citado no guia, mudou de lugar. Agora está na Rua Correia de Melo, 54, e vale a visita. E então somos surpreendidos com histórias inusitadas, como descobrir que a Malka, dona do restaurante, trouxe o falafel para o Brasil! Não tem como não provar pelo menos um!

Fonte: Facebook do restaurante



Há algumas curiosidades espalhadas pelo bairro, como uma antiga vila operária, a Vila Michele Anastasi, e até o marco zero do Corinthians está ali!
E sabe onde ficava o lampião de gás da música da Inezita Barroso? Isso mesmo, no Bom Retiro!






Fonte: São Paulo Antiga 


Tem ainda a Casa Búlgara, Iugoslava, imigrantes bolivianos, sinagogas... um passeio por dentro da história de um bairro que é a cara de São Paulo, com sua da mistura de temperos, músicas, tempos e histórias


Para quem se animar:

1) Faça este passeio entre segunda-feira e sábado pela manhã, pois aos domingos quase tudo está fechado por ali...
2) Vá com tempo! O passeio é delicioso, com várias paradas interessantes. Programa para uma manhã ou uma tarde.
3) E vá com fome para provar um pouco de cada cultura! São muitas opções e uma melhor que a outra. Opções para almoço, café, lanche da tarde....


Para aproveitar mais: não deixe de entrar na Oficina Oswald de Andrade. Há uma ótima programação cultural e ainda o Café Colombiano, restaurante com comidas típicas deste país, comandado pelo mais simpático casal: Ruben (colombiano) e Patricia (brasileira).

E ainda: se quiser conhecer um pouco mais sobre a cultura coreana (presente em todo o trajeto deste passeio nas placas, pessoas, comidas), vá até o Centro Cultural Hallyu, um espaço de divulgação da cultura coreana para os brasileiros. O trajeto do audioguia passa por lá, mas como ele é recente, não faz parte das paradas.










Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Marc Ferrez: território e imagem

Diversas fotos que nos contam do Brasil do final do século XIX e início do século XX foram tiradas por Marc Ferrez. Filho de franceses e nascido em 1843 no Rio de Janeiro, atuou por mais de 50 anos  e percorreu as regiões Nordeste, Norte e Sudeste como fotógrafo oficial da Comissão Geológica do Império do Brasil(1875-1878) e das regiões Sul e Sudeste, documentando as mudanças das cidades. Ficou conhecido por retratar as  mudanças urbanísticas de algumas cidades, paisagens e tipos humanos e ser o pioneiro da fotografia em cores no Brasil (fonte: IMS). (Foto: Instituto Moreira Sales) Suas  fotos nos contam sobre a modernização das cidades, lavadeiras nas beiras de rios, construção de ferrovias, comunidades indígenas. Uma viagem ao passado e que nos permite reconhecer mudanças e permanências onde vivemos. Um exemplo é a foto abaixo. Consegue identificar em que local de São Paulo ela foi tirada?  A foto acima foi tirada na Praça Sé em 1880. Uma fo...

Seu nome é Marx. Burle Marx.

As paisagens, podem ser muitas. Sonoras, olfativas, táteis e visuais. Poder ser também urbanas e rurais. São palco e cenário para tudo o que acontece na cidade. Por aqui, houve até quem brincou de criar paisagens naturais e nos deixou um expressivo legado! Te soa estranho? https://www.vivadecora.com.br/pro/arquitetos/roberto-burle-marx/ Nascido na mais paulista das avenidas, Burle Marx era filho do judeu alemão Wilhelm Marx e de Cecília Burle, pernambucana descendente de franceses. O sobrenome famoso não é coincidência: seu pai foi criado em Trier, cidade natal de Karl Marx, que era primo de seu avô! Apesar de paulistano, morou por muito tempo no Rio de Janeiro, onde começou a cultivar seu próprio jardim, sempre inspirado no amor pelas plantas que tinha sua mãe. O artista plástico e paisagista Burle Marx teve influência de alguns modernistas de sua época como Oscar Niemeyer e Helio Uchoa e pode-se dizer que imprimiu sua marca na paisagem urbana de São Paulo, ...

Quem é que sobe a ladeira?

https://br.pinterest.com/pin/377035800049107643/ (1911) Você sabe de qual ladeira de São Paulo falamos?  Vamos dar uma dica: arquivo pessoal (2019) Reconheceu? Esta é a Ladeira Porto Geral. O lhando bem a imagem atual, ao lado direito, ainda encontramos uma casa como a da primeira imagem. Marcas do passado que passam despercebidas a olhos desatentos, mas que revelam um pouco da história da nossa cidade.  Quem nunca desceu ou subiu esta ladeira, um dia precisa fazer isso! Este é um dos caminhos para a  25 de Março, importante rua comercial de São Paulo e que sobreviveu a era dos shoppings centers. A 25 tem muita história para contar.  Histórias de imigrantes e migrantes, de comércio e, também, de um rio. Já parou para pensar porque o nome Porto?  Descendo a rua até o fim chegamos ao Tamanduateí, rio que fez parte do início da nossa cidade, quando foi fundada a Vila de São Paulo de Piratininga! Era por este rio que chegavam mercadorias,...