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Seu nome é Marx. Burle Marx.




As paisagens, podem ser muitas. Sonoras, olfativas, táteis e visuais. Poder ser também urbanas e rurais. São palco e cenário para tudo o que acontece na cidade. Por aqui, houve até quem brincou de criar paisagens naturais e nos deixou um expressivo legado! Te soa estranho?




https://www.vivadecora.com.br/pro/arquitetos/roberto-burle-marx/


Nascido na mais paulista das avenidas, Burle Marx era filho do judeu alemão Wilhelm Marx e de Cecília Burle, pernambucana descendente de franceses. O sobrenome famoso não é coincidência: seu pai foi criado em Trier, cidade natal de Karl Marx, que era primo de seu avô!
Apesar de paulistano, morou por muito tempo no Rio de Janeiro, onde começou a cultivar seu próprio jardim, sempre inspirado no amor pelas plantas que tinha sua mãe.
O artista plástico e paisagista Burle Marx teve influência de alguns modernistas de sua época como Oscar Niemeyer e Helio Uchoa e pode-se dizer que imprimiu sua marca na paisagem urbana de São Paulo, trazendo elementos da natureza para criar pequenos oásis contemplativos na pauliceia desvairada.
Uma das características de suas obras é o fato de serem feitas com plantas da estação, criando assim paisagens únicas e nada repetitivas, como se fossem obras da mais pura natureza, mas, arquitetonicamente bem planejadas! Burle Marx gostava de experimentar novas combinações de  plantas criando estéticas bem próprias.
É essa a atmosfera que encontramos, por exemplo, no parque que leva seu nome, no bairro do Panamby, mas não só ali. Burle Marx também foi responsável pelo jardim da Fundação Ema Klabin e por projetos de recuperação paisagística do Parque Trianon, além de inúmeros outros espalhados pela cidade de São Paulo e Rio de Janeiro.
No parque Burle Marx, na zona sul da cidade, por exemplo, há o famoso jardim xadrez, onde ele misturou duas especies distintas de grama para criar um efeito visual que remete a um tabuleiro de xadrez.






https://www.hypeness.com.br/2018/05/parque-burle-marx-tera-piquenique-no-jardim-xadrez-em-junho/


Além deste marcante jardim, há no parque 15 palmeiras imperiais, um espelho d'água e mais de 50 tipos de planta que fazem dele um patrimônio histórico que vale a pena conhecer.
Destacamos ainda as três trilhas para caminhada que passam por dentro da mata do parque para aqueles que gostam de suar a camisa apreciando as belezas naturais.
No ano passado, foi lançado o documentário Filme Paisagem, sobre a vida e a obra do artista, falecido em 1994, no Rio de Janeiro.



https://www.youtube.com/watch?v=FWFQiCZgeu4


Ir ao parque e assistir ao filme. Dois programas imperdíveis para se fazer na cidade de São Paulo, além da exposição gratuita sobre vida e obra do multiartista no MuBe, na Rua Alemanha, que fica em cartaz até 17 de março. Conta pra gente o que achou.
https://cultura.estadao.com.br/noticias/artes,exposicao-no-mube-traz-um-burle-marx-pouco-conhecido,70002660264

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