Pular para o conteúdo principal

Viaduto do chá




clip_image014
Theatro Municipal na 2ª década do século XX, pouco antes do ajardinamento do Vale do Anhangabaú, segundo o projeto de J. A. Bouvard. (http://sempla.prefeitura.sp.gov.br/historico/1900.php)





Você conhece o famoso Viaduto do Chá? E sabe um pouco da sua história e o porquê deste nome?

Para o nome, há duas explicações: uma remete ao Morro do Chá, que ficava localizado na atual Rua Xavier de Toledo. A outra, conta sobre o cultivo de chá realizado pelo Marechal José Arouche de Toledo Rendon, nas proximidades do atual Largo do Arouche, logo atrás do famoso viaduto!

Para construí-lo houve muita confusão, o que mostra que, para transformar um espaço público, há sempre muita negociação entre interesses públicos e privados em jogo.
No local onde atualmente está o Teatro Municipal ficava a serraria de Gustavo Sydow, um alemão. Na sequência, via-se a chácara do Barão de Itapetininga, por onde passaria o futuro Viaduto. Na Rua Libero Badaró, localizava-se a residência do Barão de Tatuí, uma das personalidades paulistanas que era contra o início das obras, já que o viaduto passaria bem no meio de sua residência.

Até que se chegasse a um acordo, a construção levou uns bons anos para acontecer.

Uma curiosidade interessante é que logo que foi construído, cobrava-se três vinténs, uma forma de pedágio,  para quem precisasse atravessar o rio por ali.

Atualmente, o viaduto do Chá é lugar de livre passagem e testemunha ocular de muitas histórias de nossa cidade. Quem por ele passa, todos os dias, avista o belo e imponente Teatro Municipal e a prefeitura da nossa cidade, antiga propriedade da família Matarazzo. Enfim, pura história!



Para ir mais longe: impossível passear pelo o Viaduto e não observar o prédio da Light, antiga companhia de energia elétrica de São Paulo e que hoje, com as fachadas preservadas e o interior restaurado, funciona como um shopping center. O Teatro Municipal também merece uma visita só dele, para apreciar, além da belíssima arquitetura, os espetáculos que lá acontecem, muitas vezes, de graça! 




Para ir ainda mais longe: que tal dar uma passada no Sesc 24 de Maio? Bem pertinho do Teatro Municipal e sempre tem uma ótima programação. No topo do prédio há, além da piscina, uma vista privilegiada da cidade. Vele muito a visita.

Que tal uma brincadeira? Tente encontrar o local exato de onde foi tirada esta foto e tire
outra, em preto e branco.Compare e perceba o que mudou e o que permaneceu igual,
mesmo após tanto tempo...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Por baixo do Minhocão

https://www.jornalestacao.com.br/portal/2017/11/09/prefeitura-de-sao-paulo-cobre-grafites-de-pilares-do-minhocao/ Na parte de cima, a conquista foi grande. O Minhocão, nascido Elevado Presidente João Goulart, em 1970, foi projetado pelo então prefeito José Vicente Faria Lima, e construído por Paulo Maluf para atender o grande fluxo de veículos da cidade, enquanto as marginais não estavam finalizadas. Passou-se o tempo, as marginais ficaram prontas e o Minhocão continuou lá, mesmo com toda a polêmica que cercava sua construção, desde o início. Atendendo a uma antiga reivindicação dos moradores da região, passou  fechar para os veículos todas as noites a partir das 20:00, dando espaço para as pessoas. É então que o Minhocão torna-se livre para outros usos: caminhada, corrida, pedalada, skate, ou simplesmente, um lugar para conviver na cidade.  Aos finais de semana, isso se repete e as ruas ganham o colorido e a vitalidade que só seus ocupantes podem lhes dar.  ...

Eu fui no Itororó beber água não achei....

A Vila Itororó é um lugar interessante para se conhecer na cidade de São Paulo, por reunir em uma só construção, tantas histórias e marcas deixadas pelo passar do tempo, mas também ações do presente.  Como diz a canção infantil, a Vila se localiza na encosta do Vale Itororó, onde antes passava o riacho do Itororó que, mais tarde, como tantos outros rios e riachos da cidade, foi canalizado. Atualmente este local faz divisa entre os bairros da Liberdade e da Bela Vista, na região central da cidade de São Paulo.  Seu conjunto arquitetônico foi idealizado por Francisco de Castro, um empreiteiro e comerciante português que queria ocupar o espaço público em comunidade. A vila era composta por dez edificações construídas ao longo do século XX para fins residenciais e de lazer e ali foi construída a primeira piscina privada de uso público da cidade, hoje, desativada.  Por reunir tanta história, foi tombada como patrimônio pelo CONPRESP (órgão municipal) em 2002 e pel...

E falando em padaria...

Na cidade de São Paulo, quando pensamos em padaria, nos vem à mente tanto simples estabelecimentos, onde o pãozinho é o carro chefe, como lugares mais requintados, que remetem aos antigos empórios da cidade, onde havia de tudo um pouco.    Com a chegada do outono, aproveitamos para dar uma dica daquelas imperdíveis, de uma padaria da cidade que une tradição e modernidade, já que oferece aos seus clientes inúmeras opções gastronômicas para muito além dos pãezinhos.    A padaria Santa Branca foi inaugurada em 1938 no bairro tradicional da Mooca. Vinte anos depois, foi adquirida pelos Srs. Abel da Costa, Fernando Carreira dos Santos e Alfredo Carreira dos Santos, e a Santa Branca logo ficou famosa pela qualidade de seus pães e confeitaria.    Com tanto procura, em 2011 a Santa Branca inaugurou seu novo estabelecimento, com mais espaço para servir seus clientes.     Para os fãs de cannoli, doce típico italiano, este é um passe...